segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Politics + Material

Trabalho apresentado à disciplina Tópicos em Teoria e Análise Crítica da Arquitetura e Urbanismo, com base em textos retirados do livro The state of architecture at the beginning of the 21st century. Grupo: Amanda Amaral / Ellen Carvalho / Letícia Bassi / Michelli Souza / Patrícia Celli

Sumário

1 Introdução
2 Políticas e Material
3 Análise Crítica das Obras
4 Conclusão
5 Referências Bibliográficas

1 Introdução

Os materiais têm o poder de transmitir sentimentos e sensações. Exemplos a serem citados são o aconchego trazido ao espaço pela madeira e a leveza do vidro. O edifício Reichstag é um dos edifícios que mostra o efeito dos materiais na arquitetura recente. A doma de vidro presente na construção levantou várias dúvidas e críticas. Uns achavam que a doma representava a transparência da democracia, enquanto outros questionavam se não seria uma forma de comparação à acessibilidade ou honestidade governamental. O edifício Reichstag mostrou que materiais carregam vários significados e manejá-los não é tarefa simples.
Steven Holl defende que o uso do significado dos materiais, não só é uma responsabilidade do arquiteto, como também uma de suas ferramentas mais poderosas. A experiência fenomenal da arquitetura não pode ser restrita a uma única interpretação.
Detlev Mertins mostra uma perspectiva histórica de como os arquitetos modernos tentaram ligar materiais à política progressista.
Um exemplo contemporâneo de inovação do uso dos materiais está presente no trabalho de Tochico Mori, que mostra como uma tecnologia antiga, a tecelagem, está tendo novos e diferentes usos. Tochico sugere ainda que os arquitetos adotem uma “mentalidade exploradora” para o uso dos materiais, uma vez que recentes avanços na tecnologia material têm vindo de campos desligados da arquitetura.
Uma abordagem diferente está documentada no trabalho de Wiel Arets, que demonstra o poder dos materiais de integrar elementos diferentes em um todo compreensível, usando o exemplo de uma galeria de arte que ele projetou na Holanda. 
Jesse Reiser e Nanako Umemoto procuram pela disseminação de uma concepção mais ampla do termo materiais, definindo arquitetura como a organização dos elementos no espaço. Eles usam diagramas para evidenciar a inteligência que faz parte do mundo dos materiais e para traduzí-la em intervenções arquitetônicas.
Examinando um recente e importante desenvolvimento na arquitetura, Victoria Meyers procura pela ascensão dos chamados “materiais verdes”, argumentando que esse nome não deve ser usado meramente como uma “bandeira” da preocupação ambiental, e sim refletir uma atenção mais profunda quanto à ligação existente entre arquitetura e ecologia.  E finalmente, Evan Douglis, que faz uma séria meditação acerca do poder que a política tem de fazer – e desfazer – o mundo material.

2 Políticas e Material

A história dos materiais está estritamente ligada à história da civilização humana. O material evolui  em nível de complexidade a partir da interação e conexão com a sociedade. Exemplo dessa complexidade é a tecelagem que era utilizada pelos Incas e peruanos para compor suas manifestações religiosas. Muitas culturas também usam a tecelagem arquitetonicamente.
O  ponto de materialidade da arquitetura é um componente necessário à transformação da experiência que está em curso , altera comportamentos e hábitos de frequentação de lugares que provocam alguns deslocamentos na experimentação corpórea da cidade.
“(...)a lógica dos espaços é a lógica do objetos que o integram, mas tais objetos se destinam a expressar algo da singularidade de seus donos (...)” ¹
A arquitetura possui duas extremidades: uma são as qualidades de peso, durabilidade e cores que os atributos e as performances fazem reconhecer todos os materiais. E na outra extremidade estão as forças invisíveis que formam a arquitetura, como as forças sociais, políticas ou econômicas. A arquitetura como prática é definida pela matéria.
A ligação entre políticas e materiais de construção, principalmente a política revolucionária, foi um impulso recorrente dos arquitetos modernos do século XX. Os materiais sintéticos como o vidro e o aço se prestavam bem à produção em série da época.
“A princípio parecem ganhar terreno ideias como transparência e fluidez dos espaços, ausência de delimitações espaciais rígidas e até superposição e mutabilidade de funções (...)” ²
Materiais e práticas materiais na arquitetura assumem encargo político – muitas vezes apenas por um breve momento – através da sua participação nos sistemas de comunicação e consumo que constituem o desenvolvimento do mundo. A construção verde é uma das ferramentas mais poderosas que a arquitetura tem para influenciar na política. Em um mundo onde a preocupação ambiental é uma necessidade imediata, a política se vê obrigada a fazer algo nesse sentido. O poder da arquitetura verde de aumentar a eficiência energética de edifícios surge como uma estratégia política ambiental para que vivamos em um mundo menos degradado. O estudo mais profundo sobre os materiais capacita os arquitetos para usá-los de maneira a auxiliar no desenvolvimento dessa política, a fim de obter a maior quantidade de benefícios possíveis da arquitetura e dos materiais em prol da política.

3 Análise Crítica das Obras

I. Igreja em Limburg, na Bélgica

É surpreendente descobrir novas possibilidades estéticas em locais inusitados. O projeto visa levar arte a espaços públicos. Construída com finas chapas de aço, a igreja de 10 metros de altura tem várias lacunas e se integra à natureza de uma forma meio surreal. Dependendo da perspectiva, a igreja pode ser percebida como uma construção maciça ou pode dissolver-se na paisagem.
A igrejinha em Limburg é a demonstração de que é possível realizar uma arquitetura que integre material e paisagem / individuo e material , possibilitando inteirações e conexões com matérias simples sem a utilização de técnicas comuns , possibilitando sensações novas ao indivíduo contemporâneo extasiado pelo marasmo da vida cotidiana.



Projeto, Reading Between the Lines- Arquitetos Pieterjan Gijs e Arnout Van Vaerenbergh


II. Projeto “Bluetube bar “-Arquitetos Antônio Martins, Carlos Foyedo, e Luís Grilo do estúdio Português Dose
“Bluetube bar” utiliza os materiais de baixo custo e técnicas de construção simples para criar um bar temporário ao ar livre.
O projeto foi concebido para a Queima das Fitas do Porto festival acadêmico.A  área estabelecida para a obra foram de 3 metros quadrados e cinco metros de altura. Dose rolou tubos de  plástico corrugado em um padrão helicoidal em torno de uma estrutura básica. Cada camada foi assegurada em conjunto com braçadeiras de plástico.
A natureza do material oferece efeitos de iluminação interessantes durante a noite quando iluminada por dentro. 
Exemplo de como um material simples, a partir de uma idéia, pode tornar-se algo inovador e incrível, e como a escolha dos materiais é importante para expressar a idéia da construção e a sensação que ela transmite. No caso do bar, criou-se um ambiente inusitado e descontraído.















        
III. O vídeo em questão mostra como a criatividade e o uso dos materiais corretos pode interferir positivamente no espaço e na maneira como ele é usado. A arquitetura tem o poder de mudar comportamentos e é justamente por ter essa habilidade que ela pode ser uma importante ferramenta política e social. No vídeo vemos um exemplo  de intervenção arquitetônica mudar o comportamento de milhares de pessoas qua passaram pelo local onde ela ocorria. Se essa simples obra influenciou tantas pessoas dessa maneira, não como negar o da  arquitetura enquanto formadora de opiniões.

 link do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=VrwBirIYkc4




4 Conclusão

Os arquitetos devem ser mais engenhosos, inovadores e criativos . Tochico Mori sugere que esses profissionais adotem uma “mentalidade exploradora” para o uso dos materiais, uma vez que recentes avanços na tecnologia material têm vindo de campos desligados da arquitetura. A escolha dos materiais é importante para expressar a idéia da construção e a sensação que esta transmite. É aí que entra a necessidade de o arquiteto pesquisar e se manter informado sobre o que acontece no mundo, pois toda novidade pode ser usada a favor de sua profissão.

5 Referências Bibliográficas

The state of architecture at beginning of the 21st century - capítulo 'Politics + Material'

[1] [2] Kapp, Silke. A Síndrome do Estojo. Disponível em : <http://mdc.arq.br/2009/05/09/sindrome-do-estojo/>


Reading Between the Lines. <http://www.escritoriodearterio.com.br/blog/>

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Por que é importante uma arquitetura de limites?



A partir dos conhecimentos expressados na série” Arquitetura e Limites” de três números apresentados por Bernard Tschumi em 1980 e 1981 na revista nova-iorquina de ArtForum, podemos entender que “os limites são áreas estratégicas da arquitetura”. Logo notamos  que não existiria arquitetura sem limites , pois os limites são como os conceitos de embasamento ,para poder compreender e ditar críticas ,das condições da arquitetura existente.
O autor exemplifica, dizendo que não há arquitetura sem desenhos , nem sem textos , conseqüentemente não há arquitetura sem limites. A arquitetura a partir das complexas interações e mudanças do pensamento humano e de suas necessidades fizeram com que se conhecesse-se  nela própria e a partir dela, conhecendo os limites da possibilidade além do processo de construção e  sua forma.Muitas vezes as várias formas de discurso, expressões podem dizer com muito mais clareza sobre as necessidades , contexto, inserção , polêmicas e preocupações do que um próprio edifício.
 A arquitetura raramente apresenta somente uma definição, um conjunto de conceitos e idéias diferentemente das outras disciplinas , ela se modifica e se integra nas relações que a cidade provoca onde suas fronteiras  se deslocam a fim de se adequar  a tais transformações.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A arquitetura como manifestação política


Desde que entramos na faculdade entendemos que a arquitetura é criada a partir do indivíduo e de suas relações com a cidade, com as pessoas  e seu interior, suas memórias , sua vivência , seus gostos .
Logo então podemos dizer que a arquitetura faz parte das manifestações políticas, se modifica a partir delas e a partir de fatores presentes da arquitetura podem influenciar  manifestações  e mudanças no comportamento das pessoas e da cidade em si.
Na vida contemporânea a preocupação de uma arquitetura sustentável  , a  cidade projetada na forma de que as pessoas  são o ponto  principal e não os carros , criação de ciclovias entre outras ,podemos notar a arquitetura e urbanismo como uma manifestação contra a venda  abusivo de carros e o uso desnecessário em várias ocasiões que se pode ir a pé ou de outros meios. 
Outro exemplo interessante que podemos perceber hoje, com as transformações do pensamento do  indivíduo é sua necessidade de preservar o passado para conseguir seguir o futuro , a arquitetura mais uma vez tem papel  imensurável na memória tangível do ser humano  e essa consciência de preservação da nossa memória  faz com que ocorra manifestações públicas  de conscientização do poder público da necessidade da conservação preventiva e restauração.
A arquitetura nos dita o pensamento das pessoas , suas sensações , angustias , memória  e vivência, manifestações culturais que fizeram com que o modo de vida se modifique a partir das   transformações  e tecnologias surgidas a cada época criando a cidade de agora.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Tópicos em Analise Critica da Arquitetura

Cotidiano e tecnologia
As descobertas de novas técnicas e aparelhos a partir da tecnologia está alavancando várias mudanças em nossas vidas , desde ao se levantar até ao adormecer.
A compressão do espaço-tempo  a partir do estreitamento de barreiras  fez com que individuo perceba o mundo de forma totalmente diferente de anos atrás e isso aconteceu em pouquíssimo tempo. A ideia de que podemos nos comunicar em  tempo real com alguém que está do outro lado do mundo já se tornou corriqueiro,podemos ler revistas e livros a partir somente de um aparelho compacto e leve ,  estar em vários lugares em um só momento é algo que o individuo contemporâneo participa fielmente.
Se pararmos para pensar a cada novo tipo de tecnologia lançada , com velocidade e flexibilidade transformamos o espaço onde vivemos, logo  o tempo, que antigamente  era  somente regido pelos relógios  hoje é também regido pela velocidade de um email.
Nessa corrida desenfreada por tecnologia o homem contemporâneo tenta  se atualizar a todo tempo  e tenta dominar o mundo e  as situações  que vive,  por planejamento e simulações , esse domínio pode acarretar em várias características do contemporâneo. Com o totalmente planejado não sede o lugar para o inusitado , para o diferencial , o homem vive no mundo individual  em que  pessoas  podem morar juntos mais viver em ambientes totalmente diferentes a partir de redes de internet  ou mesmo a televisão, fones de ouvidos ,etc .
O individuo  contemporâneo cria espaços dentro de espaços se perdendo de outros  e com essa multiplicidade de técnicas  e facilidade de conexão com o mundo , as coisas perdem o sentido , as sensações  se tornam  triviais e facilmente  notáveis , não provocando algo novo ao homem, o mundo que está  constante transformação se torna comum.
Patrícia Celli.